Em um evento apenas protocolar e em meio a uma supercrise de valores e de confiança jamais vivida em seus 107 anos de existência, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) ratificou nesta quarta-feira em evento ocorrido em Zurique, na Suíça, a reeleição de Joseph Blatter para a presidência da entidade pelos próximos quatro anos. Não houve oponentes no pleito. Blatter, que precisava ter 50% dos votos mais um, recebeu 186 votos entre os 203 membros do Congresso da entidade que votaram. Houve 17 abstenções.
O suíço de 75 anos inicia agora seu quarto mandato consecutivo no cargo que ocupa desde 1998, quando sucedeu o brasileiro João Havelange, mas, ao menos esta é a expectativa, terá uma vigilância muito mais apertada tanto por parte de seus opositores, como da mídia e dos patrocinadores diante dos escândalos recentes que a organização que comanda enfrenta.
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As acusações vão desde a aceitação (e até devolução) de propina por parte de membros de seu Comitê Executivo, do qual faz parte o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, até compra de votos para a escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.
Foi por conta de uma investigação interna, inclusive, que o até então único candidato de oposição a Blatter desistiu de participar. O catariano Mohammed Bin Hammam, chefão da Confederação Asiática de Futebol (AFC, na sigla em inglês), anunciou no sábado que não participaria da eleição. Barrado, não pôde sequer entrar na sala do evento ocorrido nesta quarta.
Parecia (ou já sabia mesmo) prever que seria afastado no domingo de qualquer ação da Fifa enquanto for investigado pelo suposto pagamento de propina para que seu país fosse o indicado a organizar o Mundial de daqui 11 anos. Na terça, a Federação Inglesa de Futebol (FA) liderou um movimento para adiar a escolha do presidente, mas que naufragou logo na abertura deste 61º Congresso - ideia não foi aprovada.
Patrocinadores importantes, como Coca-Cola, Visa, Adidas e Emirates, também manifestaram-se publicamente, disseram-se desapontados e cobraram ações imediatas para a solução das seguidas acusações contra a Fifa. Entendem que ter seus nomes ligados a notícias sempre negativas de algum modo afeta suas imagens.
Segundo apurou o enviado da Rádio Estadão ESPN a Zurique, Blatter passou a última madrugada reunido com cartolas, fazendo concessões políticas e prometendo anunciar medidas e reformas de controle da corrupção. Na segunda, já dera coletiva na qual irritou-se com os jornalistas e cobrou respeito, mas prometeu "tolerância zero" diante das denúncias. Tem agora mais quatro anos para cumprir e provar que a organização não é um verdadeiro "bazar".
Fonte/ESPN
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