Missa lembra dois anos do acidente; parentes se dividem sobre recuperação dos corpos
Parentes das vítimas francesas choram a morte dos ocupanntes do AF 447, em Paris, em 2009; nem todos os corpos serão resgatados
No Rio, as vítimas serão homenageadas com uma missa, às 8h, na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, e um culto ecumênico às 9h, no Alto Leblon. Em Paris, a cerimônia vai ocorrer no Cemitério Père Lachaise, onde há um memorial.
Segundo o diretor-executivo da Associação de Familiares das vitimas do Voo 447, Maarten Van Sluys, nos dois anos que se passaram desde o acidente os familiares encontraram maneiras diferentes para enfrentar a dor. No entanto, o resgate de mais 75 corpos (o que aumenta para 127 as vítimas resgatadas desde o início das buscas), trouxeram um novo drama para algumas famílias, principalmente para aquelas com mais de um morto.
- Acredito que a cerimônia será mais dolorosa que a do primeiro ano, mais intensa. Ninguém mais esperava que as investigações avançassem depois de tanto tempo. Embora a maioria queira enterrar seus entes queridos, alguns temem que nem todos sejam encontrados, separando, por exemplo, casais.
Este é o caso de Sylvie Lopes Mello, que não quer separar o irmão Carlos Eduardo Lopes Mello e a cunhada Bianca Pires, que estavam viajando em lua-de-mel. Sylvie explica também que é contra a retirada dos corpos por não saber que condições eles estarão.
- A Air France disse que retirará apenas os corpos que estão de forma digna, mas o que isso significa ninguém sabe. Também não há diálogo da empresa com os familiares para saber o que pensamos, apenas um mando e desmando. Até hoje quem recebeu algum corpo, recebeu lacrado. Ninguém sabe o que está ali dentro. Se pudéssemos, gostaríamos de deixar o meu irmão e a cunhada juntos. Para minha mãe, eles foram apenas viajar.
Sylvie reconhece que chegar a um consenso entre as famílias seria difícil, mas seria bom ter todas as opiniões ouvidas. Ela lida com a tragédia colocando fotos de seu irmão por toda casa e diz esta sempre disposta a falar sobre ele, mas que às vezes, fica mais difícil lembrar de tudo.
Presidente quer museu para lembrar tragédia
Já para a fotógrafa Alexandra Salvador que perdeu o noivo Ronald Dreyer, o acidente é algo que tenta não lembrar todos os dias.
- Ainda é muito sofrimento. Não acompanho as notícias das investigações, apenas participo da associação para apoiá-la.
Queda do avião durou três minutos
Na última sexta-feira (27), após estudo da caixa-preta, o BEA (órgão francês responsável pelas investigações) anunciou que a queda do avião durou cerca de três minutos e meio.
Os técnicos também apuraram erros na medição da velocidade do avião, o que desligou o piloto automático quatro minutos antes de a aeronave cair no mar.
Durante a transcrição da caixa-preta, os peritos recuperaram a gravação das últimas palavras de um dos pilotos durante a perda de controle da aeronave: “não estou entendo mais nada".
Fonte/ R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário