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Fotografia inspira artistas que expõem nesta quinta na Capital




Cartier-Bresson (1908-2004) era obcecado pelo que, na fotografia, ele chamava de ‘o instante decisivo’: “Algumas vezes acontece de o fotógrafo paralisar, atrasar, esperar para que a cena aconteça. (...) Talvez alguém repentinamente entrando no enquadramento do visor. O fotógrafo, então, acompanha seu movimento através da câmera. Espera, espera e espera, até que finalmente aperta o botão - e então o fotógrafo sai com a sensação de que captou algo”, escreve o francês em um de seus famosos ensaios.
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Algo parecido ocorreu com Uênio Pinheiro, o ‘1N1’, que passava pela praia de Manaíra quando suas lentes pousaram sobre uma menina sentada na calçadinha à beira-mar. “Eu a fotografei mas precisei criar uma nova realidade em torno dela, um diálogo com as minhas próprias referências literárias e artísticas”, disse Pinheiro por telefone.

Obra de Uênio Pinheiro
Sob a alcunha com que assina seus trabalhos fora do universo de sua profissão de designer, 1N1 faz sua primeira exposição individual, Diálogos na Superfície, na Aliança Francesa, em João Pessoa com abertura nesta quinta-feira (11) e visitação até o dia 12 de setembro.
A mostra é apenas uma das três que entram na agenda cultural da capital e que possuem relação direta ou indireta com a fotografia, uma arte que Alline Nakamura, paulista que vem à Paraíba expor na Galeria Archidy Picado, exercita sem o complemento de outras técnicas.

“Acho válido isso de tentar experimentar outras formas de lidar com a fotografia. Há fotos tecnicamente perfeitas, mas que não transmitem o ‘algo mais’ da afetividade. Para mim, porém, a fotografia sempre foi uma tentativa de desenhar com a luz, já que comecei no desenho”, conta Nakamura ao Jornal da Paraíba em plena montagem de Transluzires, mostra fotográfica que fica em cartaz a partir de sexta-feira até o dia 12 do mês que vem.
Nakamura também participa de um bate-papo com Stênio Soares, curador da exposição, amanhã, às 10h30, no Espaço Cultural. No mesmo dia, Soares minista uma oficina com educadores ao lado de Vanessa Lambert, pós-graduanda da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).

Obra de Alline Nakamura
O jovem André Falcão, que como 1N1 estreou nas galerias, mas no hall do Sesc Centro, na quarta-feira (11), não chega a usar a fotografia como subsídio imediato a suas pinturas, mas como um recurso identificável apenas pelo efeito que o artista quer aplicar em suas obras.
“Minha intenção é retratar a arquitetura e a história da paisagem pessoense dando a perspectiva de uma fotografia tirada de uma máquina com lentes ‘olhos de peixe’”, explica o artista, que imprime o efeito de refração da imagem num título explícito: Pinturas Convexas, aberta à visitação até o dia 30 de agosto.

Da Redação com  Jornal da Paraíba

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